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quarta-feira, 23 de março de 2011

PB terá de investir R$ 605 mi em água

A Paraíba terá de investir R$ 605 milhões até o ano de 2015 para garantir o abastecimento de água até 2025. A situação é mais crítica em 143 municípios, que correm o risco de colapso de falta de água. As informações constam no levantamento publicado, ontem, pela Agência Nacional de Águas (ANA), que traz um panorama de todas as cidades brasileiras. Segundo o estudo, apenas 80 das 223 cidades paraibanas têm condições satisfatórias quanto aos mananciais e sistemas produtores, mas isso não significa falta de preocupação com a possível escassez da água.
Entre as ações previstas estão a adequação e ampliação de sistemas produtores para 44 sedes municipais e o aproveitamento de novos mananciais para 99 cidades. A conexão a sistemas integrados em 70% dos municípios é a solução proposta pela Agência Nacional das Águas. O levantamento também aponta que é de suma importância a implantação do sistema integrado Abiaí-Papocas, que já está em obras, para suprir as necessidades de João Pessoa, Cabedelo, Bayeux, Conde e Santa Rita.
A proposta é a construção de uma nova captação nas barragens de Alhandra, Abiaí e Cupissura, implantação de elevatórias e adutoras de água bruta. O abastecimento em Rio Tinto e Itapororoca seria regularizado e a oferta de água seria reforçada em Mamanguape, com a obra do Sistema Integrado Araçagi-ramal leste. Já para os municípios do Conde, Lucena e Cruz do Espírito Santo, a proposta é a ampliação do abastecimento por poços. Juntas, as três obras estão na ordem de R$ 153 milhões.
Seria necessária a adequação dos sistemas existentes para garantir o abastecimento em municípios como Alagoinha, Bonito de Santa Fé, Carrapateira, Mataraca, Lucena e Bom Sucesso. Em cidades como João Pessoa, Bananeiras, Araruna, Mamanguape e Conde, a obra prevista é a adoção de um novo manancial. Em Alagoa Grande, Algodão de Jandaíra, Umbuzeiro, Serraria e Natuba a solução adotada é a conexão ao sistema integrado, que representa R$ 335,69 milhões em investimentos.
O estudo mostra que 76% das cidades da Paraíba são abastecidas, exclusivamente, por mananciais superficiais, com predomínio de açudes. O desperdício de água no Estado ainda é muito alto.
“Cerca de 38% do total da água distribuída é desperdiçada”, disse o presidente da Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa), Deusdete Queiroga. Ele reconheceu o problema da falta de água nos bairros de Mangabeira, Castelo Branco e na região central de João Pessoa e garantiu que a solução virá em, no máximo, 60 dias. Apesar das reclamações, uma audiência pública para discutir o aumento na tarifa da água está marcada para o dia 19 de abril.

Seminário discute obras da transposição
O Dia Mundial da Água, na Paraíba, foi marcado pelo seminário que discutiu a transposição das águas do Rio São Francisco. O evento realizado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) reuniu autoridades sobre o assunto, a exemplo do engenheiro José Luiz de Sousa, do Ministério da Integração.
“As obras da transposição estão adiantadas e em 2012 as águas devem chegar à Paraíba”, explicou. O engenheiro disse que 80% das obras do eixo leste estão concluídas e 40% do eixo norte.
Cerca de 800 famílias já foram retiradas das áreas onde as máquinas estão construindo e muitas já receberam a indenização do governo federal. O investimento para as obras da transposição na Paraíba é de R$ 5 bilhões. As obras tiveram início em 2007. O engenheiro admitiu a paralisação em alguns trechos, mas informou que cerca de dez mil trabalhadores estão na ativa. Durante o seminário, o engenheiro explicou a parte técnica da transposição e os benefícios para os paraibanos.
O deputado Francisco Quintans, um dos organizadores do evento, disse que o objetivo do seminário foi preparar a Paraíba para receber as águas do rio São Francisco.
“A transposição é irreversível, o que precisamos fazer agora é pensar na infraestrutura”, declarou. O deputado lembrou que 51 municípios serão atendidos, diretamente, com a transposição e que, no final das contas, toda a Paraíba sairá beneficiada.
Já o presidente do Comitê da Transposição, dom Aldo Pagotto, disse que o intuito é garantir a segurança hídrica para receber as águas. “Defendemos a chegada de água suficiente para toda a população paraibana e a discussão para que essa água não seja desperdiçada”, frisou. O arcebispo criticou a postura adotada por grupos contrários às obras da transposição e disse que não “há mais como lutar contra o que já aconteceu”.
Além da Paraíba, serão beneficiados os estados do Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. A expectativa é que 12 milhões de habitantes de 390 municípios sejam beneficiados até 2025.
Fonte: valéria sinésio

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