Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado ontem revelou que o investimento em segurança pública na Paraíba é inferior à média nacional. Enquanto o Estado gasta por pessoa R$ 149,22, a média do país é de R$ 200,06. O levantamento mostrou também que a taxa média de homicídio doloso (crime no qual existe teve a intenção de matar) foi de 31,2 casos por cada 100 mil habitantes no Estado, ficando bem acima da média nacional de 22,47 assassinatos por cada 100 mil habitantes. Os dados são relativos ao ano de 2009 e são baseados no Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) sobre Segurança Pública. Para o o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Almir de Oliveira Júnior, o estudo revela uma contradição. “Apesar da taxa de homicídios está acima da média nacional, o Estado investe pouco em segurança pública”, destaca. Oliveira Júnior considera que a taxa de criminalidade na Paraíba ainda é muito alta e que isso, sem dúvida, se reflete no medo que as pessoas sentem. Apesar dos índices, o técnico do Ipea destaca que o Estado tem uma média de policiais acima da nacional. Enquanto na Paraíba a relação é de 310 policiais por cada 100 mil habitantes, a média registrada no país é de 120 policiais por cada 100 mil pessoas. O secretario estadual de Segurança Pública e Defesa Social, Claúdio Coelho Lima, através de assessoria imprensa informou que não comenta o problema da falta investimentos por se tratar de tema que está presente no orçamento anual do estado, definido em gestão do governo anterior. Já em relação a taxa de homicídios, o secretário reconhece que o índice e alto e preocupante, mas não seria uma tendência exclusiva da Paraíba também estaria presente em vários outros estados. Entre as ações desenvolvidas pela secretaria para tentar reverter esse quadro de criminalidade o secretariao destacou a “Operação Cidade Segura”. Segundo ele, a ação procura retirar as armas dos bandidos, principalmente em João Pessoa e Campina Grande onde tem sido registrado o maior número de assassinatos no Estado. Além disso, policiais da Civil e da Militar trabalham com a repressão qualificada. “Para diminuir o número de homicídios contamos com ações das delegacias especializadas, a exemplo da Delegacia de Repressão à Entorpecentes que procura reprimir o tráfico de drogas intimamente relacionado ao número de homicídios no Estado”, salientou o secretario, através de assessoria. Paralelamente, a secretaria de segurança também desencadeou trabalhos na área de qualificação e aprimoramento do trabalho policial com realização de cursos táticos na antiga Academia de Polícia do Estado. Um dos casos emblemáticos de violência ocorridos em 2009 aconteceu em João Pessoa e ficou conhecido como “Chacina do Rangel”. Na ocasião, o casal Carlos José dos Santos e Edileuza Oliveira dos Santos matou a golpes de facão cinco pessoas de uma mesma família e deixou outra ferida. Os condenados. O estudo aponta ainda que o índice de percepção de insegurança entre os brasileiros é maior na Região Nordeste. De acordo com a pesquisa, 85,8% dos entrevistados disseram ter muito medo de ser assassinados. Depois dos nordestinos, os habitantes das regiões Norte e Sudeste são os que mais têm medo de assassinatos (78,4% em cada região), seguidos do Centro-Oeste (75%) e do Sul (69,5%). Por outro lado, o Nordeste apresentou a maior média entre as regiões brasileiras indicando alto grau de confiança nas polícias estaduais: 5,8%. A pesquisa do Ipea ouviu 2.770 pessoas entre os dias 17 e 31 de maio de 2010. A margem de erro da amostra no nível nacional é de 1,86%, para cima ou para baixo, e de 5% para as regiões do país.
Fonte: Jornal da Paraiba
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